#!vm;utf-8 $response.setStatus(301) ##moved permanently $response.sendRedirect("https://entretenimento.uol.com.br") Novo e velho estão na Mandarake, templo da cultura pop em Tóquio - 31/10/2008 - UOL Jovem
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31/10/2008 - 20h05

Novo e velho estão na Mandarake, templo da cultura pop em Tóquio

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL, de Tóquio

Akira Suzuki/UOL

Venom mostra suas garras na Mandarake, em Tóquio

Venom mostra suas garras na Mandarake, em Tóquio

O bairro de Akihabara, localizado no centro do Tóquio, é famoso por expor as últimas novidades em eletrônicos, além de juntar fanáticos por games, mangás e animes. A fama do local já passou dos limites do arquipélago nipônico, e as ruas estreitas e amontoadas de lojas que vendem desde TVs de última geração até sucata de PC já viraram um dos mais visitados pontos turísticos do Japão.

É nesse cenário que há seis meses (em 5 de abril, para ser exato) foi aberta a maior filial da Mandarake, uma rede de lojas que começou negociando mangás antigos e hoje virou um império que abriga todo tipo de produto de hobby e cultura pop, novos ou velhos. Fica num enorme prédio de vidraças negras, com uma fachada "clean" que contrasta com o caos das pequenas lojas que se amontoam nas redondezas.

Lojas que vendem mangás, animes e produtos relacionados existem em profusão em Akihabara, mas entrar na Mandarake é como passar num túnel do tempo. Logo no primeiro andar, estão expostos cartazes de desenhos da década de 1960 e 1970, além de bonecos que estão no imaginário japonês, caso de Astro Boy. Aliás, Osamu Tesuka, autor do personagem e de desenhos clássicos como "A Princesa e o Cavaleiro", faria 80 anos na próxima segunda-feira (3 de novembro).

Império das raridades

São oito andares recheados de revistas, CDs, DVDs e brinquedos, para todos os gostos e bolsos. Mas a Mandarake tem mesmo predileção pelas coisas antigas e, de preferência, raras (alguns itens chegam a valer US$ 10 mil). O que dizer dos originais de mangás e celulóides de animes (filmes transparentes em que eram desenhados os quadros de animação; hoje é tudo feito em computador), itens que não são geralmente comercializados e que já renderem polêmicas à loja? Um celulóide de "Princess Mononoke", de Hayao Miyazaki (o mesmo de "A Viagem de Chihiro") custa a bagatela de US$ 1,3 mil.

Loja abriga todo tipo de produto de hobby e cultura pop


Os dois últimos andares são dedicados aos brinquedos, principalmente bonecos e "action figures". Nessa seção, até quem tem muitos carnavais vira criança: que fã não se emocionaria com figuras de Transformers, Ultraman ou Godzilla? Mas a Mandarake também tem brinquedos mais recentes, como Evangelion, Gundam, Macross e, claro, Dragon Ball Z. Há também uma seção dedicada a personagens ocidentais - Homem-Aranha e Venom eram desses -, além de muitas reproduções de filmes: estão lá a arma de Decker em "Blade Runner", a criatura de "Alien" e até o protagonista de "Laranja Mecânica", clássico de Stanley Kubrick. Aqui também se encontram cards, alguns relacionados ao futebol - e, claro, muitos brasileiros estão lá, como Ronaldinho, Rogério Ceni e Pelé.

O sexto andar é dedicado aos DVDs de animes e games. O acervo de desenhos e "live actions" (seriados de heróis filmados com atores, como "Ultraman" e "Changeman") é enorme, e é provável que todas as obras relevantes estejam nas prateleiras. O mesmo pode ser dito dos games, mas, nesse departamento, a Mandarake perde feio para a especializada Super Potato, localizada na mesma Akihabara, esse sim, um templo fascinante dos games antigos.

HQ para todos os públicos

Do terceiro ao quinto andares, as prateleiras são dedicadas aos mangás, que está na origem da Mandarake. As obras mais conhecidas estão no terceiro piso, dedicado ao público infanto-juvenil, mas também tem muitas obras antigas, como livros ilustrados de "Spectreman" e coleções completas do citado Osamu Tezuka. No entanto, a temperatura sobe nos dois andares de cima, que abrigam os mangás adultos, muitos deles amadores. Não há censura: os quadrinhos retratam desde o sensual até a mais pura pornografia. Por fim, no segundo andar estão os originais de mangás e celulóides, além de perucas coloridas e roupas prontas para ficar igual aos personagens de desenhos.

A Mandarake é mais um símbolo da transformação que acontece em Akihabara. Antes um bairro essencialmente de produtos eletrônicos de ponta, é hoje também um ponto onde se encontram fãs da cultura dos animes, mangás e games. Fiel às suas origens de negociante de produtos raros, a Mandarake é ponto obrigatório para colecionadores e para qualquer um que queira voltar para seus tempos de criança. O bom é que, até onde o bolso permitir, dá para levar para casa essas lembranças.

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